14 mar

Interfaces e Ambientes de Trabalho do Linux

Saudações a todos os leitores do Cotidiano Linux, meu nome é Felipe Gil, sou de Porto Alegre (RS), e sou o mais novo colaborador do blog. Espero escrever e aprender muito com todos! 😀

Um dos grandes atrativos dos sistemas Linux é a liberdade total de escolha da aparência e do modo de funcionamento gráfico.

Partindo do princípio do sistema, ele não possui interface gráfica alguma. Em um primeiro momento, se faz presente o X Window System (também chamado de X ou X11), que é um programa que cria uma “camada” para que seu mouse, seu teclado, enfim, sejam interpretados graficamente. É o estado gráfico mais “primitivo”.

Assim, o ‘X’ permite também que qualquer Window Manager seja instalado “sobre” ele. Os Window Managers (ou Gerenciadores de Janelas) são os programas que realmente conferem a funcionalidade e a aparência gráfica no sistema. Existem diversos WM’s – para a escolha do seu, deve ser considerado não apenas aparência, mas o modo de organização deste e os recursos consumidos (memória RAM).

Exemplos de Window Managers: KWin, Metacity, Mutter, XFWM, Blackbox, Openbox, Fluxbox, Enlightenment, Window Maker, Sawfish.

Alguns WM’s ainda são projetados para integrar um conjunto de pacotes (programas e bibliotecas), a fim de proporcionar ao usuário uma experiência mais completa do que apenas lidando com WM’s. Estes conjuntos de pacotes são chamados Desktop Environments (DE’s).

Exemplos de Desktop Environments: KDE (KWin), Gnome (Metacity), LXDE (Openbox), XFCE (xfwm).
(Entre parêntesis, o nome do WM usado por cada DE)

Sobre os DE, é possível dizer que há uma grande “disputa” na comunidade Linux, envolvendo KDE e Gnome. Ambos possuem os mesmos requisitos mínimos de hardware (entre 256 e 512 de RAM), mas são completamente distintos na aparência e forma de funcionamento. Eu, particularmente, tenho preferência pelo Gnome, por considerar de uso mais simples e por ser mais leve que o KDE quando se trata de espaço em disco na instalação de programas e dependências. Outra vantagem considerável do Gnome é uma interação mais fácil com programas de outros DE’s.

Muitos dos usuários que optam por usar o KDE o fazem pela estrutura gráfica deste ser mais similar à interface do Windows. Usuários que possuem recursos de hardware mais avantajados podem querer usar o KDE pelos recursos visuais, como as “widgets” nativas, tanto na área de trabalho quanto no painel. É importante observar que algumas aplicações são desenvolvidas para rodar com desempenho pleno em seu DE nativo (caso dos navegadores Konqueror no KDE e do Epiphany no Gnome).

Uma tendência mais recente na utilização de WM’s e DE’s é pelo minimalismo, tanto na aparência (visual “clean”, menos poluição visual) quanto na utilização de recursos (WM’s leves utilizam pouca memória). Cada um possui suas peculiaridades – se você busca beleza, eu recomendo o Enlightenment (e17), se você busca praticidade, um dos *box poderá lhe satisfazer (Black- , Open- e Fluxbox).

Recomendo ao novo usuário de Linux que leia as páginas na Wikipedia sobre, entre nos sites oficiais e veja screenshots, para verificar os recursos de cada um e então instale em sua máquina o DE/WM que mais gostar. Se mesmo assim, você ficar insatisfeito, instale outro e teste-o.

Evidentemente, você precisará de tempo e paciência para isto. Mas eu acho que estas escolhas são o que fazem o Linux ser divertido, porque não existem muitos padrões nele. Como diz o slogan do site DistroWatch: “Put the fun back into the computing: use Linux, BSD” (“Torne a computação divertida novamente: use Linux, BSD”).

Tags:

Felipe Magnus Gil

Gaúcho de Porto Alegre, 21 anos, usuário Linux/BSD desde 2007 (Arch, Debian, Ubuntu, Linux Mint, PC-BSD). Trabalho com desenvolvimento web (XHTML, CSS, PHP+MySQL). Gosto de música inteligente e de aprender novos idiomas.