A primeira pergunta que me fiz hoje, assim, do nada, e que me inspirou para escrever este artigo foi: “Software livre é uma forma de caridade?”. Eu mesmo me respondi essa pergunta – “Deve ser, sim”.
À parte desse monólogo nerd, tenho diversas considerações – opiniões pessoais e constatações – sobre os modelos FOSS (free and open software) e proprietário.
Porque alguém faz um software livre?
– Porque quer que seu software seja modificado, melhorado ou adaptado para outros fins, por uma comunidade ativa, formada de todos os tipos de pessoas – programadores profissionais buscando aperfeiçoamento, programadores experientes que atuam em seu projeto de forma esporádica, como diversão, colaboradores novatos, que vão aprender muito com seu programa, entre outros tipos.
– Porque quer divulgar seu código para fins de pesquisa;
– Porque faz parte de um grupo/coletivo de desenvolvedores open-source;
– Porque, como sugere a licença BSD, você quer fazer uma doação para a comunidade;
– Porque simplesmente simpatiza com algum projeto de software livre, e quer igualar seu projeto ao que gosta.
Enfim, devem haver outros vários motivos, e isto é ótimo.
Agora, o pensamento contrário: porque se produz software proprietário? O motivo é único, banal e quase estúpido: lucro. Nenhuma outra conotação, finalidade, além de lucro.
Lembrando que, apesar de raras as iniciativas, software livre também pode ser software pago. Com fins de lucro, ou apenas para manter os custos do projeto. Este é o modelo do SuSe Linux Enterprise, da (famigerada) distribuição Xandros, e das distribuições que levam o nome da empresa estadunidense Red Hat.
Um software livre possui criador(es) e mantenedor(es), sendo estes empresas, associações ou indivíduos. Essa diferença não ocorre no software proprietário.
Se um software livre possui um problema (bug), seja ele de qual proporção for, a comunidade vai se esforçar pra resolver este problema o mais rápido possível, pois a solução deste defeito é altamente benéfica a todos os usuários do programa – ou seja, à comunidade.
Se esse mesmo software for proprietário, a empresa responsável pelo software pode ter várias condutas, mas geralmente a mais lucrativa é a que menos beneficia o usuário.
Nas mãos de uma empresa que trabalha com o modelo fechado (proprietário), um software pode ter atualizações muito mais demoradas (se comparado a um projeto software livre) – atualizações pagas, muitas vezes – ou então pode-se perpetuar um defeito específico, para que esta empresa lucre com suporte de usuários desavisados ou presos nesta solução. Isto se deve ao fato que o código fonte dos programas ser protegido contra qualquer tipo de acesso – portanto, não modificável.
Acho que este artigo, que expressa exclusivamente minha opinião sobre o assunto e não a de todos os membros e do blog (apesar de algum deles talvez concordem comigo), pode explicar diferenças entre os modelos de desenvolvimento, e ressaltar vantagens do modelo livre.